domingo, 6 de junho de 2010

MINAS GERAIS - SÉCULO XVIII

PARTE II

SOCIEDADE E CULTURA

Muito da cultura luso-brasileira, isto é, de origem portuguesa e brasileira, foi preconizada em Minas Gerais. As matrizes culturais locais estabilizaram-se nas bases europeias e, principalmente, portuguesas, porém agregaram uma identidade local única.

A atmosfera nas cidades da época compreendia inúmeras festas que iam desde nascimentos, aniversários e exéquias (funerais pomposos), até os famosos sarais, banquetes e festas de alforria.
A vida cotidiana deste povo revela o processo da participação de pessoas comuns na construção da história da sociedade mineira.
Existia uma hierarquia na pirâmide social da época, oriunda da diferença social entre as classes.

No topo da pirâmide temos os chamados “Os Grandes”, isto é, a elite que incluía os mineradores, os grandes fazendeiros, comerciantes e altos funcionários e encarregados das minas. Logo abaixo vinham os donos de vendas, os mascates, os artesãos, alfaiates, carpinteiros, sapateiros, tropeiros entre outros. Na base da pirâmide temos a plebe, constituída por pequenos roceiros (os quais plantavam para subsistência) e os indivíduos nômades (que mineravam por conta própria), além dos padres (sendo que poucos destes ocupavam cargos altos), destacando-se os bispos. Havia também os brancos (sem posição definida na sociedade mineradora) e os escravos alforriados. Estes eram conhecidos como “vadios”, por serem considerados desclassificados sociais.

Na época os escravos sofriam fortes repressões a fim de extinguir movimentos de emancipação, bem como a supressão da formação de quilombos. Além disso, os negros eram proibidos de frequentar igrejas. Em contrapartida, os mulatos tinham o direito de ocupar cargos burocráticos – da alta estirpe – , o que representa um grande avanço para a conjuntura repressora da época.

As festas barrocas eram algo bem característico da época, organizadas pelas Irmandades e Ordens Terceiras, o que as impregnava de misticismo religioso.
Entre as festividades se destacam a festa do Triunfo Eucarístico (ocorrido dia 25 de maio de 1733) e o Áureo Trono Episcopal (ocorrido em 1748). Estas caracterizavam grandes e suntuosas cerimônias públicas.

Nelas construía-se uma uma atmosfera única: haviam janelas adornadas com colchas de damasco e seda, flores, alegorias. Nas ruas desfilavam figuras carnavalescas à cavalo luxuosamente vestidas, distribuídas entre alegorias.

Tais manifestações sociais barrocas enalteceram o poder da Igreja e do Estado Português, o que marcou – simultaneamente – o encerramento do apogeu das minas e iniciou o ciclo da decadência.

As festas pomposas propostas pela elite não passavam de uma estratégia para mascarar os conflitos e barbáries sociais. Tal processo ludibriava o povo e os fazia esquecer das diferenças sociais enfrentadas. Era possível perceber a precariedade em todos os lugares: becos, encostas de morros, nas vendas e tavernas. Começava-se a diferenciar o que se tratava de uma riqueza ilusória da extrema pobreza.

Para descrever esse período de “trevas” na sociedade mineira, destaco um verso da socióloga Laura Mello: “O luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, e o apogeu a decadência.”, o que destaca o aspecto pessimista inerente àquela sociedade, neste período.

ALUNOS RESPONSÁVEIS POR ESSA PESQUISA:

DANIEL DE OLIVEIRA
FELIPE PENELUC
IGOR PIMENTA
MARCELA GONÇALVES

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